Olá, leiam comentário postado pelo site ZENIT, órgão de divulgação de notícias do Vaticano a respeito do encontro denominado Átrio do Gentios e futuros novos encontros, inclusive na América do Sul.
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Cardeal Ravasi avalia primeiro encontro
ROMA, terça-feira, 12 de abril de 2011 (ZENIT.org) - O Átrio dos Gentios foi um encontro de elevado nível que permitiu um confronto com figuras de alto perfil, longe do ateísmo prático da banalização e da ironia. O cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura, fez essa consideração na sexta-feira passada, em um balanço da iniciativa realizada pelo seu dicastério vaticano em Paris.
O cardeal interveio na Sala de Imprensa vaticana para discutir a participação da Santa Sé na Feira Internacional do Livro de Santo Domingo, a ser realizada no Parque de Cultura da capital da República Dominicana, de 4 a 22 de maio.
Durante a conferência, o cardeal Ravasi confessou estar "feliz" pelo fato de que os não-crentes foram convidados ao encontro inter-religioso de Assis, previsto para 27 de outubro deste ano, na cidade natal de São Francisco, para comemorar o 25º aniversário da primeira reunião histórica com líderes religiosos do mundo inteiro, convocada em 1986 por João Paulo II.
O Átrio dos Gentios é uma iniciativa de diálogo entre crentes e não-crentes, fortemente desejada pelo Papa Bento XVI e inaugurada em 24 de março, em Paris, com uma sessão de dois dias na sede da UNESCO e em lugares simbólicos do espaço leigo, sobre o tema "Iluminismo, religião, razão comum", para reafirmar que a fé e a teologia estão entre os maiores vetores do conhecimento e da cultura.
Da cidade símbolo do laicismo
O cardeal Ravasi disse que o resultado positivo em Paris não era uma certeza e que a cidade foi escolhida por ser "a cidade simbólica do laicismo quase absoluto". Nas discussões que tiveram lugar entre a atmosfera de Notre Dame e as sedes institucionais, afirmou o cardeal, "eu percebi que o diálogo foi muito mais aberto do que na Itália".
O cardeal relatou depois o grande acolhimento que recebeu, especialmente na Sorbonne e na UNESCO: "Um ambiente difícil de imaginar. Com figuras de alto perfil" e com oradores abertamente não-crentes.
"No único momento que eu tive livre desde que cheguei à nunciatura - continuou Ravasi -, recebi uma proposta do editor francês Blonde e do filósofo Luc Ferry, que disse: ‘Eu gostaria de fazer um livro com o senhor'. E mais significativo é que o livro será sobre o Evangelho de São João, que vai ser analisado a partir de ambos os lados", isto é, do ponto de vista dos crentes e daqueles que não o são. Um diálogo que convergirá, então, em um livro a ser publicado também em italiano.
Com base na experiência parisiense, continuou ele, começarão iniciativas semelhantes, não só em Estocolmo, mas também em Praga, Barcelona, Quebec, Bucareste, Chicago. Com relação aos outros continentes, ainda há incógnitas. Para este propósito, convocou todos os embaixadores asiáticos junto à Santa Sé: "Entre as várias iniciativas, propus também a do Átrio dos Gentios, mas não se mostraram particularmente interessados".
Por enquanto, aqueles que aderiram fazem parte de "uma elite formada em universidades europeias e americanas".
"Mas na América Latina vem à minha mente a questão das seitas e outras religiões", disse ele, revelando ainda que "o Conselho Episcopal Latino-Americano e do Caribe (CELAM) está estudando esta questão, de modo particular em certos estratos sociais onde esta presença é importante." Neste continente, explicou ele, existem "sobretudo formas de nacionalismo sagrados e emblemáticos diferentes do ateísmo, como os nacionalismos religiosos primordiais".
Graças ao Átrio dos Gentios e à abordagem dirigida aos jovens, o cardeal disse: "Os jovens não constituem um enclave, mas fazem parte de nosso mundo, são sempre os filhos das nossas gerações". Ou seja, "mais que jovens conscientemente leigos, uma grande parcela deles vive em um estado de superficialidade criado pelo estilo da geração anterior".
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